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23 de Abril de 2024

Estamos isoladas, mas será que também estamos sozinhas?

Os índices de violência doméstica no país não param de aumentar. Será que as mulheres estão a deriva do estado?

Publicado por Suani Mota
há 4 anos

Estamos há aproximadamente 30 dias em isolamento social, isso aqui em Santa Catarina. De lá para cá, já aconteceram algumas mudanças nas determinações estaduais e algumas atividades profissionais foram retomadas, mas ainda com recomendações de segurança para prevenção do Coronavírus – COVID 19.

A única determinação que não se altera é “Se puder, fique em casa”. Só saia para fazer o que for extremamente necessário. E então, eu que sou mulher e advogada, me vejo tomada pela preocupação com aquelas mulheres em que a própria casa é o lugar mais perigoso para se estar. E para que você entenda porque eu me preocupo com isso antes da economia, do desemprego, da crise, eu vou lhe contar um pouco mais sobre mim.

Apesar de contar com menos de 30 anos de idade, já passei por muitos lugares, especialmente nos últimos 7 anos desde que entrei para o mundo jurídico. Conheci muitas mulheres, muitos lugares, descobri muitas realidades e situações que jamais imaginei ainda existirem em nossa sociedade.

Eu, que desde muito pequena sempre fui falante, extrovertida, apaixonada por animais e por estar com pessoas. Conforme fui crescendo, fui encontrando atividades que me proporcionassem isso, já fui catequista (e voltei a ser neste ano), secretária do conselho pastoral comunitário, vice-presidente do conselho municipal da juventude, líder do grupo de jovens da paróquia, bombeira voluntária entre outras funções que muito me ajudaram a descobrir o que eu nasci para fazer.

E hoje, posso tranquilamente lhes dizer: eu nasci para defender os direitos das pessoas que sofrem, especialmente das nossas mulheres e crianças que muitas vezes carregam problemas e missões que não deveriam.

Por isso, meu caro leitor, quando começou o isolamento social a preocupação com as mulheres foi a primeira que eu senti. Pois sei, de tantas que vivem em situações de violência e outras tantas com o medo da violência ocorrer.

Assim, eu passei a refletir sobre o que eu poderia continuar fazendo por essas mulheres e a acompanhar o que as instituições públicas passariam a fazer para manter o apoio e auxílio a essas mulheres, pois além do medo de sofrer uma violência pelo seu companheiro, elas também enfrentariam a solidão.

E então, eu constatei o quanto uma mensagem, uma ligação, pode melhorar o dia de alguém e ajudar ela a se sentir melhor.

E em busca de auxílio para aquelas que sofrem violência, encontrei: o Mapa do Acolhimento (https://www.queroseracolhida.mapadoacolhimento.org/), que é uma rede de profissionais (advogadas e psicólogas) que prestam consultoria jurídica e atendimento terapêutico gratuitamente para mulheres que estão sofrendo violência doméstica e desejam sair. E para aquelas que já saíram, mas ainda precisam de ajuda para superar os traumas causados pelo mesmo.

Além disso, temos o telefone 180, que recebe denúncias todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados, estando disponível às 24 horas do dia, para receber também denúncias anônimas.

Dessa forma, me acalmei com a certeza que somente estamos isoladas, mas jamais sozinhas. Porque temos com quem contar e a quem recorrer para buscar o melhor. Assim, posso concluir dizendo, fique em casa, se puder, só saia para fazer o extremamente necessário. E se alguém te desrespeitar, te agredir, não pense nele. Pense na sua vida e denuncie.

Vamos em frente unidas, porque juntas somos fortes, mas unidas somos imbatíveis!

Suani Cordova Mota

52.021

OAB/SC

@advogadadelas

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